Vygotsky

 

Lev Semenovich Vygotsky, nasceu em 17 de Novembro de 1896, na cidade de Orsha, em uma próspera família judaica. Em 1917 formou-se em Direito pela Universidade de Moscou. Dois anos mais tarde, contraiu de se irmão mais novo, tuberculose. No ano de 1924, foi convidado por Kornilov para trabalhar no Instituto de Psicologia de Moscou. Neste mesmo ano, casou com Rosa Smekhova, com quem teve duas filhas. Um ano mais tarde, em 1925, escreveu Psicologia da Arte, que só será publicado apenas em 65. Organiza o Laboratório de Psicologia para crianças deficientes – que em 1929 seria transformado no Instituto de Estudos de Deficientes e, após sua morte, no Instituto Cientifico de Pesquisas sobre Deficientes da Academia de Ciências Pedagógicas. No dia 11 de Junho de 1934, com 37 anos, morreu de tuberculose. Principais ideias:

 

• Sua obra busca um modelo explicativo do funcionamento psicológico e a constituição do sujeito no processo histórico – cultural.

• Por ter vivido no momento histórico que eclodiu a revolução marxista, Vygotsky é um marxista no sentido forte do termo: para ele, a consciência é um simples reflexo da história – pois a própria materialidade histórica é constantemente plasmada pela acção de consciências envolvidas em processos de interacção social.

• Destaca a linguagem como ferramenta (capacidade de simbolização). Linguagem = intercâmbio dos indivíduos durante o trabalho, actividade especificamente humana.

• Para ele, a Psicologia não pode lidar apenas com o que é aparente, tem que penetrar em mecanismos mais complexos do humano.

• Vygotsky afirma que a criança “pensa lembrando”, enquanto o adulto “lembra pensando”.

• Enfatiza a importância dos chamados meios artificiais para o controle de processos psicológicos. Estes são produto do desenvolvimento histórico.

• Vygotsky teve papel fundamental na introdução da cultura na constituição da psique.

• Para Vygotsky as funções mentais superiores (culturais) são transformações qualitativas das funções mentais elementares (naturais biológicas). As funções mentais superiores só se constituem nas relações sociais e são internalizadas por meio de uma actividade sígnica. Sem signos é impossível a internalização, a formação das funções mentais superiores e da consciência do sujeito. Os signos são os instrumentos que, agindo internamente no homem, provocam as transformações internas transformando-o de um ser biológico em um ser sócio-histórico. Contribuição para educação:

 

Para Vygotsky existem dois níveis de desenvolvimento: um real, já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é capaz de fazer por si própria, e um potencial, que é a capacidade de aprender com outra pessoa. A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento próximal (distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto; potencialidade para aprender, que não é a mesma para todas as pessoas; ou seja, distância entre o nível de desenvolvimento real e o potencial) nas quais as interacções sociais são centrais, estando então, ambos os processos, aprendizagem e desenvolvimento, interrelacionados; assim, um conceito que se pretenda trabalhar, como por exemplo, em matemática, requer sempre um grau de experiência anterior para a criança. Para ele, o sujeito não é apenas activo, mas interactivo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão interiorizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano social - relações interpessoais - para o plano individual interno - relações intra pessoais.

 

Assim, a escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino/aprendizagem. O professor, na perspectiva de Vygotsky, é aquele que, detendo mais experiência, funciona intervindo e mediando a relação do aluno com o conhecimento. Ele está sempre, em seu esforço pedagógico, procurando criar zonas de Desenvolvimento Proximal, isto é, actuando como elemento de intervenção, de ajuda. Assim, na Zona de Desenvolvimento Proximal, o professor actua de forma explícita, interferindo no desenvolvimento próximal dos alunos, provocando avanços que não ocorreriam espontaneamente. Vygotsky, resgata a importância da escola e do papel do professor como agente indispensável do processo de ensino/aprendizagem. É nesse sentido que a teoria educacional de Vygotsky é uma teoria da transmissão cultural, tanto quanto do desenvolvimento.

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